Na Provence, a uma natureza sem sobressaltos, onde um céu quase sempre azul pontifica sobre um relevo harmonioso, sem mais dramatismos que não seja o despontar de uma fraga cinzenta numa seara, corresponde uma presença humana igualmente discreta e sem grandes surpresas. Mas há pequenas surpresas que em cima da bicicleta podemos descobrir bem de perto: rios antigos que cavaram gargantas na rocha arenosa, colinas avermelhadas de ocre, aldeias feitas da mesma pedra e da mesma cor do chão de onde se levantam construídas em lugares inexpugnáveis. E também a surpresa da água, que brota em nascentes ocultas, ou entra, salgada, pela terra dentro em canais estreitos, misturando ao verde seco do maquis o azul intenso do Mediterrâneo. Para melhor identificarmos estes recantos sossegados da Provence, convém apontarmos no mapa a região da França onde se situam.
A região que fica no Sul da França tem por nome Provence-Alpes-Côte D’Azur e engloba três áreas distintas: a da Provença propriamente dita, cuja cidade principal é Avignon, a zona montanhosa dos Alpes, onde se destaca Digne, e a “Côte”, a famosa e turística costa mediterrânica, cuja entrada (nesta região) é Marselha.
De bicicleta, podemos começar a descoberta pela costa. Marselha, por exemplo, para que o contraste da grande cidade com estes lugares, dos mais belos do Sul de França, realce ainda mais a pacatez e a rusticidade do interior da Provença. Da praia para o campo e numa área relativamente pequena, passamos por alguns destinos que mantêm ainda um charme de outros tempos, aliado a uma beleza natural igualmente bem preservada.
CENÁRIOS DE FILME NA PROVENCE
Esta é a primeira impressão, quando percorremos algumas das aldeias tradicionais da zona do Luberon. Só na Provença ficam dezessete das 141 povoações classificadas como “As mais belas Aldeias de França”.
As aldeias são todas razoavelmente diferentes, mas cada uma tem o seu charme, e todas pedem um agradável passeio pelas suas sombras. Apenas alguns exemplos: La Tour d’Aigues tem um castelo-museu que justifica bem o nome de “Torre de Águias”; em Ansuis existe um castelo ducal, visitável, e uma coleção de batentes, puxadores de porta, sinetas e outros objetos de ferro forjado fora do comum, que lhe dão um ar de aldeia-museu; Cucuron tem clientela garantida às horas de calor, graças a um grande e fresquíssimo lago ensombrado por fileiras de velhos plátanos. Daí entra-se nas muralhas, que têm em pontas opostas duas torres de pedra com vistas magníficas sobre um remoinho de ruas estreitas. Lourmarin possui as mais belas fontes, e os seus habitantes gostam de, passada a hora da sesta, abrir as portadas das janelas para mostrar os vasos floridos pendurados no seu interior. Fora da aldeia, depois dos cerejais, fica um pequeno castelo da Renascença, ajardinado e redondo, que abriga exposições e conferências. Uma após outra, as pequenas povoações de pedra formam um rosário de lugares de sonho, onde apetece comprar uma casinha e ficar por ali – e não falta quem o faça, a avaliar pelas línguas estrangeiras que se vão ouvindo pelas ruas.
A EXCELÊNCIA DA PEDRA
O desfile de aldeias tradicionais é apenas interrompido por uma paisagem de colinas, intercalada de casais solitários, semiocultos entre vinhedos e pomares. Mais do que em outras regiões, aqui é notório o domínio da pedra. Em camadas horizontais e verticais, as patelas finas de calcário formam muros, casas, pequenos armazéns, igrejas e toda a estrutura arquitetônica necessária a uma povoação. Dois verdadeiros monumentos à pedra ficam muito próximos um do outro, e demonstram a beleza que a pedra nua pode ter: a aldeia de Gordes e a Abadia de Sénanques, imagem de todos os postais, eternamente enquadradas por campos de alfazema.
VERDE-ÁGUA
Para onde quer que se olhe, a extensão de céu parece bem maior que a de terra, e a água trazem algumas das mais belas surpresas naturais da região. Que dizer da fonte de Vaucluse, extraordinária nascente natural que atinge uma profundidade superior a trezentos metros abaixo do nível do mar? Petrarca, impressionado pelo fenómeno natural e pela extraordinária beleza da zona, passou aqui alguns períodos da sua vida, entre 1337 e 1353, e aqui escreveu alguns dos seus mais inspirados sonetos.
É verdade que hoje temos de fechar os olhos ao longo do circo de quinquilharias à venda no caminho de acesso, para só os abrir junto ao enorme poço verde da nascente. Mas mesmo assim vale a pena: a falésia que a rodeia, com mais de duzentos metros de altura, faz-nos sentir que descemos por um poço até à linha de água. E que água: de um verde especial que muda com a luz do dia, a nascente tem o ar misterioso que fica bem a um lugar que ainda não revelou todos os seus segredos.
Vaucluse não fica longe de Gordes. Mas é no sentido oposto que descobrimos um abrigo, neste solo despenteado pelo vento mistral, e mais uma vez se trata de uma criação da água: as falésias inesperadas, as estreitas gargantas de Oppedette, escondidas pela vegetação. As gargantas do Verdon, para os lados de Manosque, são famosas e imponentes demais para passarem despercebidas. Mas as de Oppedette, pequenas e delicadas, são menos conhecidas e frequentadas, talvez por terem uma escala humana, tal como a aldeia com o mesmo nome, que mais parece um pequeno presépio provençal. O cânion estreito que se abre na rocha mantém-se oculto até chegarmos quase ao pé do precipício. Há sombra, água fresca, piares de pássaros e um refúgio contra o vento – o lugar ideal para um piquenique. Depois é só subir pela parede oposta, por chaminés de rocha onde há degraus escavados e escadas metálicas, que ajudam os caminhantes a chegar de novo à pequena cidade.
UM CANTINHO CHAMADO PROVENCE
Para melhor identificarmos estes recantos sossegados da Provença, convém apontarmos no mapa a zona de França onde se situam. A região tem por nome Provence-Alpes-Côte D’Azur e engloba três áreas distintas: a da Provence propriamente dita, cuja cidade principal é Avignon, a zona montanhosa dos Alpes, onde se destaca Digne, e a “Côte”, a famosa e turística costa mediterrânica, cuja entrada (nesta região) é Marselha.
À exceção da cidadezinha costeira de Cassis, o resto do nosso itinerário situa-se no “arrière-pays”, as zonas interiores onde é mais fácil fugir ao bulício nos meses de Verão. Assim, a maior parte dos lugares mencionados fica no departamento de Vaucluse. Alguns deles, como as zonas de exploração de ocre do Roussillon e de Rustrel, assim como as aldeias típicas entre Ménerbes e Pertuis, ficam no Parque Regional do Luberon. A área é pequena e dá-nos uma excelente ideia sobre o que há de melhor da Provence
QUANDO VIAJAR PARA A PROVENCE
O clima não é um problema na Provence, mas se quiser os locais só para si, o melhor é evitar os meses de Verão e os fins-de-semana.
COM QUEM VIAJAR DE BICICLETA PARA A PROVENCE
O Sampa Bikers organiza atualmente a cicloviagem pela Provence com charme e requinte somente para grupos fechados de no mínimo 6 pessoas e máximo 10.
A cicloviagem organizada pelo Sampa Bikers é realizada em 5 dias inesquecíveis pedaladas, percorrendo uma média de 40 quilômetros por dia por gostosas e tranquilas estradinhas em meio a campos de trigo, girasol, vinhedos, vilarejos medievais, castelos e ruínas romanas. É uma viagem M A R A V I L H O S A ! Onde em cima da bicicleta será possível descobrir bem de perto o estilo de vida provençal, através do seu povo hospitaleiro, seus vinhos e sua exclusiva gastronomia.
Algumas das atrações do roteiro:
- Pont du Gard, um fantástico aqueduto romano com mais de 2 mil anos de história.
- Fontvieille, uma típica cidadezinha rural da Provence.
- Uzés, charmosa cidade que guarda dentro de suas muralhas.
- Les Baux de Provence, a cidade fortaleza famosa por ter sido a “corte do amor” na Idade Média.
- St Remi é a cidade das fontes e jardins, com alamedas arborizadas e perfume de Rosemary no ar. Eternizada pelos pintores impressionistas, St Remi também é berço de Nostradamus.
As acomodações é outro ponto alto dessa cicloviagem, sempre muito conforto, charme e requinte.
Pedalar na Provence é pedalar em meio a paisagens deslubrantes sob a mágica luz do sol que é especial nesse lugar que encantaram famosos e consagrados pintores como Cézanne e Van Gogh. Aí descobrimos o que inspirou esses fabulosos pintores em expressar a beleza da Provence. Mas você não vai precisar de nós para dizer isso quando estiver pedalando lá !
Mais informações de como participar visite entre em contato pelo telefone 11 5517 7733 ou envie um email para [email protected]