Em 2005 estivemos pedalando e caminhando em El Chaltén na Argentina, décadas atrás, a pequena vila era apenas um destino de fazendeiros ermitões e montanhistas durões. Para eles, as paisagens da Patagônia, com lagos de degelo de águas azuis, leitosas, combinavam à perfeição com alguns dos picos mais difíceis do planeta.
Hoje, com a melhoria no acesso, catapultada por ótimas estradas e o moderno aeroporto de El Calafate, turistas comuns, mas que mesmo assim adoram panoramas naturais deslumbrantes, vêm aportando cada vez mais por aqui.
El Chaltén continua um lugar simples, repleto de mochileiros descabelados e alpinistas com cara de poucos amigos, pousadas sem luxo e comida básica, mas calórica e saborosa. O que os traz até aqui são dois conjuntos de montanhas espetaculares, desafios permanentes para os melhores escaladores do planeta: O Fitzroy e Cerro Torre, que nem são muito altos, comparados aos paredões dos Andes Centrais ou dos Himalaias, mas só os melhores as conquistam. Isso é resultado de uma combinação maléfica de faces verticais cobertas de gelo, vento inclemente, condições climáticas imprevisíveis e crostas de gelo que se formam e soltam-se com extrema facilidade.
Nossa pedalada por lá foi da cidade até a trilha de acesso ao Fitz Roy, pela estrada principal mesmo. De bicicleta foi uma das vistas mais impressionantes que já tive, pois o Fitz Roy surge imponente atrás de uma densa mata verde. Mas o local é bom mesmo para caminhar, não é a toa que é conhecida como a capital do trekking na Argentina.
O aerporto mais próximo é o de El Calafate, 200 km ao sul, às margens do Lago Argentino, servido por voos regulares da Aerolineas Argentinas que partem do Aeroparque de Buenos Aires. De El Calafate há um bom número de ônibus que chegam a El Chaltén, via Ruta 40 (a rodovia que corta a Argentina de norte a sul) e Ruta 23.
COMO CIRCULAR
El Chaltén é tão pequena e compacta que o negócio por aqui é andar. Aliás, sem caminhar não é contigo, este não é um destino para você.
ONDE FICAR
Ao contrário de El Calafate, repleta de hotéis e pousadas charmosas, a regra por aqui são hospedagens básicas. Simples, mas confortáveis, com quartos com calefação, cafés da manhã calóricos, decoração com ares campestres e edredons pesadões. Até pouco tempo atrás as únicas alternativas a isso eram campings com banheiros em tendas e chuveiros gelados ou hostels anárquicos com beliches, muita cerveja e barulho. Este cenário está mudando pouco a pouco, com a chegada de hotéis com quartos com TV de LCD, áreas comuns com lareiras e poltronas confortáveis, banheiras com jacuzzi (um equipamento alentador depois de um dia de caminhada no frio) e até bons restaurantes.
Em tempo: celulares pegam mal por aqui, mas a internet não é tão ruim.
ONDE COMER
Perto do “centro”, na praça principal ou ao longo da Avenida San Martín há uma boa oferta de restaurantes que servem pizzas, empanadas, galetos e parrillas a preços bem convidativos. Se quiser gastar um pouco mais, não deixe de experimentar os cordeiros assados em fogo de chão, acompanhados por um bom vinho tinto argentino (jamais chileno). Algumas novas casas estão tentando estabelecer um serviço um pouco mais refinado, mas elas vêm e vão.
Muitos hotéis e pousadas possuem seus próprios restaurantes, com pratos surpreendentemente saborosos, com sopas, carnes e pastas, tudo calórico e fácil de digerir, a dieta ideal para seus hóspedes-montanhistas.
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O Sampa Bikers não organiza pedaladas nessa região, mas anualmente entre os meses de Dezembro a março pedaladas por outras região Patagônia, confira a programação no calendário neste site ou entre em contato pelo email [email protected] .